OPINIÕES DO CAMPO

COMUNICAÇÃO EM TEMPOS DE RECLUSÃO

José Roberto Canziani ¹

Vania Di Addario Guimarães ²

Fernando Curi Peres ³

Renato Roscoe 4

 

            Nestes tempos de reclusão forçada, um grupo formado por quatro professores/pesquisadores de áreas das ciências agrárias está iniciando este novo canal de comunicação com leitores interessados no funcionamento eficiente do agronegócio brasileiro, e propondo, também, a expressar visões e valores vistos como relevantes no atingimento da cidadania plena dos membros do agronegócio brasileiro. Artigos de interesse conjuntural, de desenvolvimento do setor e da sociedade em geral, além de opiniões sobre o funcionamento das instituições brasileiras na promoção da cidadania, serão discutidos no espaço aberto por este instrumento de mídia eletrônica. O time, formado por José Roberto Canziani ¹, Vania Di Addario Guimarães ², Fernando Curi Peres ³ e Renato Roscoe ⁴– do Blog “OPINIÕES DO CAMPO” – se propõe a postar quinzenalmente um artigo de opinião julgado relevante pelo grupo. Cada artigo de um autor poderá ser seguido por comentários de outro, de forma a enriquecer e/ou apreciar seu conteúdo com considerações pertinentes. As responsabilidades pelo conteúdo de cada artigo e comentários são dos respectivos autores.

            Cada artigo e respectivo comentário, quando existente, serão postados, simultaneamente, em diferentes veículos – Instagram, Facebook, Youtube, … – e os leitores são estimulados a se inscreverem no canal para garantir o acesso periódico ao material postado. Manifestações dos leitores poderão, a critério exclusivos dos autores, serem publicados na seção do Blog denominada “Comentário de Leitores”. Os autores reservam o direito de desconhecerem comentários raivosos, incitadores de violências e os que usam linguajar não julgado apropriado.

             Os responsáveis pelo Blog “OPINIÕES DO CAMPO” reconhecem que não existe opinião neutra no seu sentido ideológico e que uma das formas mais honestas, ou objetivas, de manifesta-las é indicando ao leitor quais são seus valores morais e princípios éticos fundamentais no desenho e funcionamento de instituições sociais, políticas e econômicos nas quais acredita. De fato, o grupo acredita, seguindo a seminal orientação de Gunnar Myrdal 5, que mesmo quando estão perseguindo a objetividade ideal do chamado método das ciências, os autores devem mostrar seus valores e crenças, para que o leitor saiba o que esperar de sua leitura. 

               Além da convivência próxima entre os membros do mencionado grupo do Blog “OPINIÕES DO CAMPO”, há concordância entre eles acerca das suas visões liberais sobre o melhor funcionamento dos agrupamentos humanos nas suas atividades econômicas-políticas-sociais, especialmente nas análises dos negócios do Agro, embora o Blog não necessariamente terá que se limitar a análises sobre o setor. Eles acreditam em um humanismo antropocêntrico, renegando privilégios de classes de qualquer estilo e/ou forma e acreditam nos princípios liberais de liberdades de escolha, de manifestação e de direito de posse dos fatores primários de produção. Além disso, creem que, em geral, ou só com algumas exceções, os mecanismos de mercado são superiores às escolhas burocráticas sobre alocação de recursos produtivos nas economias. Acreditam que o critério meritocrático deveria ser utilizado nos processos de escolhas sociais e a igualdade de oportunidades a todos deveria ser sempre assegurada. Acima de tudo, creem que o sistema de voto livre para escolha da representação política é sempre superior à delegação, mais ou menos permanente, do direito de representação e escolhas políticas-econômicas-sociais a qualquer subgrupo da sociedade; além disso, sabem que: 

                   “Virtually all economic policies, even those not explicitly intended to do so, entail some redistribution of income! (Tweeten, 1070. Pg.302)”6

 

e se propõe a analisá-las em todas suas consequências econômicas e em alguns aspectos sociais e políticos.

Em 1920, a filósofa russo-americana Ayn Rand (judia fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa, escreveu: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter autorização de quem não produz nada; Quando comprovar que o dinheiro flui para quem não negocia com bens, mas com favores; Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrario, são eles que estão protegidos de você; Quando perceber que a corrupção é recompensa, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; Então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”

 

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

 ¹ Doutor em Ciência e Professor Associado da UFPR

² Doutor em Ciência e Professora Associada da UFPR

³ Ph.D. e Professor Titular aposentado (Senior) da ESALQ/USP

  Ph.D. e Consultor Independente

 

5 Appendix 2, “A Methodological Note on Facts and Valuations in Social Science” In: MYRDAL, Gunnar.1944. An American Dilemma: The Negro Problem and Modern Democracy. New York: Harper & Row.

6 “Praticamente toda política econômica, mesmo a que não tem como objetivo a redistribuição de renda, provoca alguma redistribuição” (tradução livre) de TWEETEN, Luther. 1970. Foundations of Farm Policy. Lincoln: University of Nebraska Press.

artigos de opinião

Artigos de interesse conjuntural, de desenvolvimento do agronegócio e da sociedade em geral, além de opiniões sobre o funcionamento das instituições brasileiras na promoção da cidadania…

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